Tuesday, June 11, 2013

Sonho sonhos com pessoas reais, que não existem.
Sonho sonhos de pessoas que foram, em mim, pedaços.
Sonho sonhos não sonhados,
Sonho sonhos com lembranças que não existiram.
Sonho sonhos de momentos que estão para vir, imaginados.

Thursday, May 9, 2013

Enquanto a luz desvanece, nasce um novo ser, em mim. Transformo-me. Dentro de mim cresce um ódio, uma revolta; surgem de rompante e criam esta criatura, este animal, em mim. Este monstro incontrolável, esta esquizofrenia, estes actos moralmente descontrolados. Este animal não é oprimido por ideais, leis, regras. Este animal, que sou eu, chama-se instinto. Instinto nu, cru e rude, sexual, de sobrevivência, de superioridade.
Quero baptizar-te com óleo, atear-te fogo, para depois, te ver arder.
Quero baptizar-te, com óleo, atear-te fogo, para depois, te ver arder.
Quero, baptizar-te, com óleo; atear-te fogo, para depois, te ver arder.
Para te ver arder, continuamente, até ao infinito.
Quero ver, enquanto te reduzes a cinzas.

Wednesday, April 10, 2013

Fechar o círculo

Porque me sinto prestes a sufocar em mim?
A sufocar neste círculo de tortura constante,
violando a cada momento a esperança que outrora crescia?
Sonho acordada, vejo-me no belo leito da morte,
vejo-a a sugar-me a cada dia e excita-me.
Porque todos choram e questionam a minha sorte?
Matei a minha vida, e libertei-me de tudo o que me prendia.

Sonhei com a morte

Esta noite, fechei os olhos e sonhei com a morte.
Todas as noites, fecho os olhos e sou inundada de pensamentos,
pensamentos insanos: tortura, sangue e violação
de pessoas cheias de nada.
Corpos vivos, deambulantes, mas pessoas vazias,
com mentes imundas, deturpadas, sem discernimento.
Quero abri-las ao meio e enchê-las de palavras nas vísceras.


Este nervoso crescente a percorrer-me o corpo,
não é novo, mas sinto-o como uma criança.
Traz-me memórias de outros tempos;
Como se carregasse o peso de um segredo infinito,
que me corrói até ao tutano, que me injecta medo na alma.
Destrói-me secretamente aos olhos de todos,
este nervoso crescente a percorrer-me o corpo.

O frio que gela

A brisa fresca entra, passa por mim,
mas não me envolve, nem me acaricia.
O frio já é de mim, meu;
invade-me o corpo e fica, expande-se a cada dia.
Ao invés das entranhas quentes,
resta apenas o frio que gela, de mim, meu.